quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Água mineral em Laguna não se compra mais no mercado

Geral - 29/12/2010 - 01h13min

Laguna - Em Laguna, comunidade e turistas encontraram uma forma de economizar. Ao invés de comprar água mineral nos mercados e distribuidoras vão direto na fonte, mais precisamente, na Fonte da Carioca, no centro histórico.

Revitalizada este ano pelo Governo Municipal e Iphan, o espaço tem seis vertentes de água, por mês liberam dois milhões de litros do líquido mineral.

Um garrafão de plástico, cinco litros, no mercado custa em média R$ 5. No verão, o consumo aumenta, uma família de cinco membros, utiliza mais de quatro galões por mês. No final dos 30 dias um total de R$ 20. Uma economia revertida para comprar mantimentos e a cerveja gelada para o churrasco.

O vai e vem de pessoas com garrafas plásticas e comum no final e início do dia. Caso do Lindomar Rodrigues que não compra mais água mineral no mercado. “Quando o garrafão sai de validade eu compro um novo para poder levar a água da Fonte”, conta ele. Mora no Mar Grosso e frequenta o espaço, pois considera a água “fresquinha e saudável”, conta.

O sabor apreciado por seu Lindomar, característica da água mineral, foi comprovado com estudos da riqueza mineral da Fonte da Carioca.

Sérgio Guedes a cada duas semanas engarrafa o líquido. Leva para casa dois garrafões. Divide em pequenas jarras e coloca na geladeira.

A Vigilancia Sanitária alerta os consumidores sobre os cuidados com o manuseio, validade do garrafão e também deixar o líquido em local arejado.

A antropóloga italiana Piera Talin, cursa a Ufsc, em Florianópolis, visitou o local pela primeira vez nesta semana. Já sabia das maravilhas da água, mas quis conferir e saborear de perto. “ Muito boa e fresquinha. Vou levar algumas garrafas”, disse ela.

Desde o ano de 1863, através da construção com paredes brancas, que os habitantes do município e visitantes utilizam a água, que surge da terra.

O público conhece a casa das nascentes, que ganhou vidro e revestimento cerâmico. Os velhos canos de PVC, que transportavam a água da Fonte da Carioca, e as torneiras foram substituídos por material inoxidável.

A nova estrutura oferece maior segurança sanitária para a população, preservando a qualidade da água.

Laguna é uma das únicas cidades do Sul do Estado com fonte de água mineral pública.

O projeto elaborado pela arquiteta Ana Paula Fogaça da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação, foi licitado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, que investiu na obra cerca de R$224 mil.

O trabalho obedece as normas do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Fonte dos namorados
No início da sua colonização, Laguna tinha três fontes de água que abastecia a cidade.

A fonte da Figueirinha (onde supostamente Anita e Guiseppe Garibaldi se conheceram), Campo de Fora e da Carioca, a única preservada ainda hoje.

A fonte da Carioca fica localizada ao lado da Casa Pinto Ulysséa. No pé do morro, a fonte é abastecida de água mineral, já comprovada por geólogos.

Antigamente, apenas uma pequena bica jorrava água. No ano de 1863, uma estrutura foi construída por escravos, muito comum na época, pois eles realizavam o trabalho braçal.

Foi denominada Carioca, que em tupi guarani significa casa branca ou oca.

A água da fonte foi por muito tempo, canalizada para prédios públicos e também para uma fonte ao lado do antigo Mercado.

Conforme o historiador Antônio Carlos Marega, o local se tornou um dos pontos turísticos da cidade, levando a fama de Fonte dos Namorados.

O motivo eram as idas e vindas das famílias até à fonte, uma atração para os visitantes.

Durante o passeio, os jovens solteiros trocavam olhares, muitos namoros começaram no trajeto até à fonte. A água da Carioca era levada pelas famílias que visitavam os lagunenses.

Foram nessas idas que casamentos iniciaram originando a fama do lugar.

No ano de 1876, o presidente da Província de Santa Catarina, João Capistrano Bandeira, através de uma lei, permitiu a organização de uma associação para conseguir um capital de cinco mil reis para o encanamento das águas da Carioca, até as proximidades das docas.

O objetivo era abastecer as embarcações. Um chafariz foi construído para este propósito. Cada barril de 20 litros de água, gerava 500 réis para a sociedade. Depois de 10 anos da organização, canos e o chafariz foram entregues para o poder municipal. Os canos podem ser ainda encontrados, já o chafariz foi destruído.

Secretaria de Comunicação Social do Governo Municipal de Laguna

Água para o mundo

29 / 12 /2010
Por clipping
As águas da Amazônia podem ser comercializadas em escala internacional a exemplo do que acontece com o barril de petróleo. Quanto custaria o barril de água? Esta é uma pergunta que os cientistas, especialmente os especialistas em água, como os hidrólogos, se fazem.

Com 20% das águas correntes do planeta, das quais 14% em solo brasileiro, a Amazônia continental pode ser considerada muito mais rica do que os poços de petróleo do Oriente Médio, palco de guerras em decorrência do seu “ouro negro”.

Foi com o intuito de valorizar cientificamente, socialmente, ambientalmente, politicamente e economicamente o potencial hídrico da região, que um grupo de trabalho formado por dez especialistas – Marco Antonio de Oliveira (CPRM), Naziano Filizola (Ufam), Emílio Soares (Ufam), Júlio Tota (UEA), Ingo Wahnfried (USP), Jaci Saraiva (Sipam), Eurides de Oliveira (ANA), Oswaldo Calisto Acosta (Aneel), Andrea Bartorelli (geólogo) e Ennio Candotti (Físico-Museu da Amazônia/Musa) – desenvolveram um estudo conjunto sobre o estado da água de superfície, subterrânea e aérea da região.

O dossiê foi entregue ontem ao secretário geral do Ministério de Ciência e Tecnologia, Luiz Antônio Elias, em Brasília, em reunião que contou com a presença do presidente do Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antônio Raupp, e do professor Ennio Candotti, na Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal.

Entre as sugestões contidas no documento para as autoridades brasileiras observa-se “a criação do crédito de água para um serviço ambiental semelhante ao do crédito de carbono a ser utilizado no incentivo da conservação dos mananciais, das águas superficiais e subterrâneas. Estes créditos poderiam financiar comunidades propiciando a conservação – evitando e inibindo fontes contaminantes, bem como contribuir para a realização de estudos e ações.

Sempre com o objetivo de comprender e preservar os ciclos hidrológicos na Amazônia e no planeta, e os biomas que dependem dele e interagem com ele. Caminhos para a determinação de um valor de mercado do barril de água deverão ser estudados para consolidar este item-conceito”.

Cooperação – Os especialistas também apontam “a necessidade da criação de um Instituto Multidisciplinar das Águas da Amazônia, com a finalidade de promover estudos e projetos, a cooperação internacional e a colaboração entre as diferentes instituições e agências voltadas a conhecer e monitorar o papel climático e ambiental do ciclo hidrológico na Bacia Amazônica”, a maior e mais importante do mundo pelas características orgânicas, biológicas e de preservação da biodiversidade do planeta.

Manaus e Parintins têm água poluída – O Grupo de Trabalho responsável pelo documento aponta a necessidade urgente de um levantamento científico do estado da qualidade da água oferecida à população nas cidades de Manaus e Parintins, especialmente as oriundas dos poços artesianos.

Em determinado trecho do documento consta que “20% do abastecimento público de Manaus de água é feito a partir do Aquífero Alter do Chão, e apenas 8% das casas são atendidas por rede de coleta de esgotos. Isso gera contaminação por fossas sépticas. Um estudo avaliou a água de 120 poços particulares na cidade e constatou que 75% estavam contaminados por coliformes fecais. Em Parintins, todo o abastecimento de água é feito a partir do Aquífero Alter do Chão.

Um estudo mostrou que dos 18 poços que compõem o sistema de abastecimento, apenas quatro não apresentaram contaminação oriunda de fossas sépticas. Não há rede de coleta de esgotos na cidade”. Em face do cenário apresentado pelo dossiê e da necessidade de políticas públicas emergenciais para a área, o secretário-geral do Ministério de Ciência e Tecnologia, Luiz Antônio Elias, encaminhou o documento como uma das prioridades da nova gestão do ministério que assumirá com a posse da presidente Dilma Rousseff. (Fonte: A Crítica/ AM)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Especialista fala sobre mitos e verdades do flúor

Investir na educação das crianças é essencial para encarar o problema

Há 25 anos, a cidade de São Paulo conta com um aliado eficaz para reduzir o índice de cáries entre a população: a diluição de flúor na água. Segundo o professor Jaime Aparecido Cury, da Faculdade de Odontologia da Unicamp, esta foi uma iniciativa acertada dos administradores públicos.

No entanto, segundo ele, a população não deve pensar que apenas ingerido a água fluoretada estará livre do problema. É preciso investir na higiene pessoal e também na educação das crianças pára que este deixa de ser uma preocupação da saúde pública brasileira.

Em janeiro de 2010, o especialista irá ministrar o curso “Flúor: mitos e realidade de seu uso coletivo, pessoal, profissional e das suas combinações”, no Congresso Internacional de Odontologia do Centenário.

Abaixo, Cury fala sobre o fluor, seus benefícios e os mitos que o cercam:

:: O que é o flúor?

Jaime Aparecido Cury: O flúor é um mineral natural encontrado largamente na natureza. Além disso, ele tem sido usado mundialmente na prevenção de cárie dentária.

:: Como o flúor atua no controle da cárie?

Cury: A cárie é provocada por dois fatores: a organização de bactérias bucais na superfície dos dentes (formando a chamada placa bacteriana ou biofilme dental) e a exposição frequente à açúcares da dieta.

O açúcar consumido é transformado em ácidos pelo biofilme dental, provocando a dissolução dos minerais dos dentes por um processo chamado de desmineralização. A desmineralização ocorrida é parcialmente reparada pela saliva por um processo inverso, conhecido por remineralização. Se o flúor estiver presente na boca ele reduz a desmineralização e ativa a remineralização dos dentes reduzindo o efeito final do processo de desenvolvimento de cárie.

:: Quais são os meios de aplicação de flúor?

Cury: Existem meios coletivos, individuais, profissionais e suas combinações. A fluoretação das águas de abastecimento público é um importante meio de uso coletivo do flúor no Brasil. A Lei Federal nº 6.050, de 24/05/1974, determina que toda cidade com estação de tratamento de água deve agregar flúor na sua água. Os meios individuais incluem dentifrícios e soluções para bochecho diário. Há produtos com alta concentração de flúor para a aplicação profissional e materiais restauradores liberadores de flúor.

Dependendo do caso, o cirurgião-dentista pode recomendar o uso combinado dos meios de flúor para pessoas que têm dificuldade para controlar o processo de cárie (pessoas com alta exposição a carboidratos fermentáveis, principalmente a sacarose, que usam aparelho ortodôntico, têm pouca saliva devido ao uso de medicamentos, etc). Um exemplo de uso combinado é fazer a escovação com dentifrício fluoretado e bochecho com solução fluoretada. Do mesmo modo, a aplicação de flúor pelo cirurgião-dentista é recomendada para pacientes que não fazem auto-uso de flúor, quer seja por questão de comportamento ou deficiência física ou mental.

:: Qual a concentração de flúor na água fluoretada? Existe alguma forma de se calcular essa concentração referente à quantidade da população de determinado local?

Cury: A concentração de flúor a ser adicionada na água é feita segundo cálculo matemático que considera a temperatura média anual da localidade. Se as pessoas bebem mais água porque está mais calor, a concentração do flúor na água deve ser menor. No Brasil, por ser um país tropical, a concentração “ótima” de flúor na água da maioria das cidades é de 0,7 ppm (mg/L).

:: Pode-se aumentar ou diminuir a concentração de flúor na água de acordo com o índice de cárie na população?

Cury: Não. Em locais com alta prevalência de cárie, uma maior concentração de flúor não é indicada porque irá aumentar a fluorose dentária - único efeito colateral da ingestão da água fluoretada, a qual ocorre durante a formação dos dentes. A fluorose é percebida pelo aparecimento de linhas brancas transversais no esmalte dos dentes. Já uma menor concentração reduz o efeito anticárie do flúor.

:: A pessoa que vive em uma cidade com água fluoretada mas bebe água mineral não se beneficia com a fluoretação?

Cury: Mesmo quem não consome água de abastecimento público fluoretada é beneficiada, porque geralmente cozinha com essa água. Assim, refeições com arroz e feijão cozidos com água fluoretada são responsáveis por 50% da quantidade de flúor ingerido por dia.

:: Crianças menores de dois anos podem usar dentifrícios fluoretados?

Cury: A presença de flúor em creme dental é considerada essencial para controlar a cárie, portanto, a criança que não usa dentifrício fluoretado estará sendo privada do benefício anticárie do flúor. Para diminuir o risco de fluorose, deve ser usada uma pequena quantidade (equivalente a um grão de arroz cozido) de dentifrício de concentração convencional (1000-1100 ppm de flúor) e a escovação deve ser supervisionada pelos responsáveis pelas crianças até que elas possam cuidar de si próprias; um processo educativo como qualquer outro.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Dermatologistas discutem a importância de cosméticos formulados a partir de água mineral

por Redação

Quarta-feira, 01 de Dezembro de 2010

Qual o papel da água mineral na dermatologia? É possível preservar os efeitos positivos da água mineral que bebemos também na formulação de cremes e protetores solares? Como as empresas brasileiras estão se beneficiando das pesquisas a partir da utilização dos minerais presentes na água de fontes nacionais? Nos próximos dias 2 a 4 de dezembro, mais de mil dermatologistas de todo o país estarão reunidos em Campinas para discutir esses e outros assuntos durante a 15ª Reunião Anual de Dermatologistas do Estado de São Paulo (Radesp).

O assunto virou tema de discussão porque existe uma forte diferença de dermocosméticos que usam água destilada dos que usam água mineral. Pesquisas e testes mostram que a pele tem maior bem-estar, mais hidratação e mais sensação refrescante com água mineral.

Outro ponto que será discutido é a diferença da pele da brasileira com a da européia. Débora Pedroso, mestre e doutora pela USP, explica que a pele da brasileira fica mais oleosa e mista, especialmente no verão. E que a água mineral da Serra do Japi, por exemplo, estimula a produção de aquaporina 3 – que é o canal de transporte de água nas células.

Além disso, colabora na manutenção da barreira cutânea e também tem atividade anti-inflamatória, que ajuda a acalmar a pele. Por isso, preste atenção nas bulas dos cremes que você for usar.