segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Água desponta como remédio natural para prevenir diabetes



Água desponta como remédio natural para prevenir diabetes
Pesquisa mostra que 1 litro por dia diminui em 21% o risco de hiperglicemia, o primeiro passo da doença metabólica
iG São Paulo | 20/07/2011 18:47


Pesquisadores encontram mais uma evidência de que a água faz bem a saúde
Um estudo preliminar, apresentado no início do mês durante a reunião da Associação Americana de Diabetes, comprovou que a água pode ser um remédio natural contra um dos primeiros passos para as disfunções metabólicas e o ganho de peso: a glicemia elevada.
Durante nove anos, os pesquisadores franceses acompanharam 3.615 homens e mulheres e mensuraram o nível de açúcar no sangue dos participantes. Quando estas medições indicam alta concentração de glicose é um indício de que a pessoa pode desenvolver o diabetes tipo 2. Em alguns casos, os médicos classificam estes pacientes como pré-diabéticos.
Pelos dados parciais apresentados, as pessoas que relataram beber mais de 1 litro de água por dia (entre 4 e 8 copos americanos) apresentaram risco 21% menor de desenvolver hiperglicemia quando comparados àqueles que disseram beber menos de meio litro em um dia.
No mesmo estudo, foram avaliados outros fatores de risco para descontrolar os níveis de açúcar no sangue, como idade, sexo, peso, atividade física e consumo de bebidas como cerveja, sucos adocicados e vinho. E é neste ponto que os especialistas ainda não conseguem mensurar o efeito isolado da água.
Segundo afirmou um dos autores do estudo ao site especializado WebMD, Ronan Roussel, as pessoas que bebem mais água podem ter a influência de outros fatores não avaliados (alimentação, genética e até hormônios) que contribuem para a diminuição do índice de açúcar no sangue. Por isso, o próximo passo da pesquisa é testar o efeito direto da água na glicose. O objetivo é selecionar pessoas que já estão com hiperglicemia, sugerir que elas aumentem a ingestão de água e então avaliar os resultados.
O fato é que o consumo de dois litros de água por dia já é sugerido por médicos de várias especialidades como hábito protetor da saúde. Além de hidratar o organismo e aumentar a resistência do sistema de defesa, a água eleva a sensação de saciedade e é uma das principais aliadas da dieta e do emagrecimento.

Beber água alcalina não traz benefícios à saúde, alertam especialistas

Beber água alcalina não traz benefícios à saúde, alertam especialistas



O organismo tem mecanismos próprios para controlar o PH do sangue e mantê-lo num nível adequado

É importante beber água mesmo sem ter sede, alertam os especialistas
A tendência da vez é beber água alcalina, por vezes conhecida como “água da vida”, por uma especulação de que ela tem funções antioxidantes, de controle de hormônios e até mesmo da prevenção de câncer. No entanto, não há consenso sobre o benefício dessa água, tampouco estudos científicos que comprovem que esse líquido é assim tão benéfico.
Em uma escala de zero à 14, o pH é o marcador que indica se uma substância é ácida ou alcalina. O tema sobre água alcalina será abordado no VIII Congresso Brasileiro de Fisiologia Hormonal e Longevidade, mas endocrinologistas consultados pelo iG discordam sobre o benefício dessa alcalinidade.
A nutróloga Alice Amaral confia no benefício desse tipo de água. Segundo a especialista, como 70% do corpo humano é composto por água, a alcalina traria melhorias ao corpo. “Quando nascemos, somos alcalinos. Na medida em que envelhecemos vamos nos acidificando. Uma alimentação alcalina é saudável”, afirma. Para a médica, o pH da água deve ser acima de 9,5.
Já a endocrinologista Andressa Heimbecher, integrante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, discorda que a água poderá trazer algum benefício ao corpo. Ela explica que, se o sangue ficar ácido, o corpo torna-se susceptível a infecções, sepse e acidose, mas que isso acontece somente quando alguém está com alguma doença que possa descompensar o pH do sangue, como a insulina descontrolada no diabetes. Em todos os outros casos, o corpo tem mecanismos para controlar esse pH e manter tudo dentro da normalidade.
“Não é porque se bebe mais água alcalina que o pH vai se equilibrar. O próprio rim faz essa função, de manter o sangue com o pH entre 7,3 e 7,4”, explica a médica.
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A endocrinologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Tarrissa Petry, endossa a afirmação de Andressa. “Se a gente come muita coisa, seja ácida ou alcalina, o corpo vai regular o pH para o padrão normal do sangue, então não tem sentido a água alcalina prevenir tanta coisa”, comenta. “Além disso, se o pH da água for um pouco acima ou abaixo, o próprio organismo vai balancear”.
Um dos argumentos para beber água alcalina, segundo Tarissa, é que o modo de vida atual propiciaria o corpo a ficar ácido, como ingestão excessiva de café, alimentação errada e estresse. “É querer tapar o sol com a peneira. O certo é comer alimentos saudáveis e ter um bom estilo de vida”, recomenda.
Cuidado com a receita caseira
Na internet é possível encontrar receitas de como produzir a própria água alcalina, de modo caseiro. Essas instruções incluem sempre o bicarbonato de sódio. Tarissa alerta para os malefícios que essa prática pode trazer.
“O bicarbonato de sódio pode aumentar a pressão arterial. Não recomendo de jeito nenhum”, alerta. Além disso, como o estômago é naturalmente ácido, torná-lo um ambiente alcalino poderá fazer com que seu funcionamento natural seja inativado, trazendo sérios problemas ao organismo, como um ambiente propício para proliferação de bactérias.
“Quem está com vômitos ou virose, perde muito ácido do estomago. Se ela está perdendo ácido, o sangue fica um pouco mais alcalino, e se tomar mais coisas alcalinas, ela terá um excesso de base [alcalinidade]”, alerta Andressa.
Alerta sobre a água da torneira
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Fadlo Fraige Filho afirma que não há estudos científicos sobre o benefício da água alcalina. No entanto, ele desconfia das consequências da água tratada que vem pelas torneiras nas cidades maiores, principalmente em São Paulo.
“Há muito cloro e flúor que pode deixar a água um pouco mais ácida sim, e o excesso de produtos químicos pode, eventualmente, estar ligado ao aumento dos casos de hipotireoidismo”, explica. A água é segura no ponto de vista bacteriológico, já que esses compostos químicos eliminam vestígios de bactérias da água, poeiras e partículas. Mas no quesito bioquímico, explica o especialista, a água é muito modificada.
Para Fraige, que também é endocrinologista da Beneficência Portuguesa, a melhor água para consumo é a mineral, completamente natural, que não seja acrescida de bicarbonato de sódio ou outros minerais artificialmente. “Filtros de ozônio e outros [do gênero] são apenas por interesses comerciais”, alerta. No entanto, o médico reconhece que boa parte da população não tem poder aquisitivo para consumir água mineral de boa qualidade todos os dias.